O Eixo do Mundo - Mitologia Nórdica

Author: Luiza / Marcadores: , , , , , , , , , , , ,

 

   Os vikings acreditavam que uma árvore gigantesca, o freixo Yggdrasil, constituía o eixo do mundo.
   Entre as raízes de Yggdrasil ficavam os mundos subterrâneos, povoados de forças hostis. Em torno do tronco ficava o Midgard, o mundo habitado pelos homens. E, nos ramos mais altos, que roçavam o Sol e a Lua, ficava o domínio dos deuses.
   Os mundos subterrâneos
   As três principais raízes de Yggdrasil mergulhavam no coração da Terra, bem longe nas profundezas, onde se comunicavam com lugares bastante estranhos.
   A primeira raiz atingia uma fonte sagrada, guardada pelas três nornas, divindades que fiavam incansavelmente o Destino. Se um de seus fios viesse a se partir, a vida de um homem também seria interrompida. E todos os dias Urd, a norna mais velha, pegava água numa fonte mágica, perto da qual vivia um casal de cisnes. Tudo o que tocava essa água ficava imediatamente branco.

As Nornas

   A segunda raiz levava aos gigantes do país da Geada, seres rudes e perigosos. Não muito longe dali, jorrava a Fonte da Sabedoria, guardada pelo gigante Mimir, amigo de Odin.
   A terceira raiz conduzia ao Niflheim, o mundo dos mortos. Estes eram guardados pela deusa Hel, que tinha a metade do rosto tão negra quanto as trevas que a cercavam. Nesse mundo nascia o Hvergelmir, a fonte de todos os rios que enchiam os mares.

Hel, Deusa do Mundo dos Mortos

   A águia e a serpente
   O enorme tronco de Yggdrasil atravessava o centro de um mundo cercado por mares revoltos, que desaguavam além do horizonte em abismos vertiginosos. Às vezes Odin amarrava seu corcel Sleipnir ao tronco de Yggdrasil, já que esta era a única árvore sólida o suficiente para deter aquele animal velocíssimo.
   Nos galhos viviam curiosos animais. Um deles era Ratatosk, um esquilinho ligeiro como o raio, que desempenhava alegremente a tarefa de mensageiro entre os deuses e os mundos subterrâneos.
   Na ponta das folhas, eternamente verdes, formavam-se gotas de hidromel, a bebida deliciosa que matava a sede dos deuses.
   Empoleirado no alto de Yggdrasil, ficava de vigia um galo de ouro, que devia avisar quando houvesse qualquer ataque a Asgard. Ele era ajudado por um gavião branco que diariamente percorria o mundo inteiro.
   Roendo as gigantescas raízes de Yggdrasil para derrubá-la, havia uma serpente gigantesca. Ela provocava terremotos, mas todos os dias uma águia amiga dos deuses mergulhava dos ramos mais altos e feria o monstro. E, felizmente, o eterno Yggdrasil se regenerava sem cessar.



    Fonte: livro Os Vikings: Mitos e Lendas, de Gilles Ragache e Marcel Laverdet, tradução por Ana Maria Machado.

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