Amanojaku - Folclore Japonês

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   Amanojaku (天邪鬼, ou あまのじゃく) são monstros perversos conhecidos no Japão desde os tempos antes de existirem histórias escritas. Seu nome significa "espírito celestial perverso", e também pode ser chamado de Amanjaku. São descritos como Kami perversos, um tipo menor de Oni, ou Yokai, que fazem travessuras maldosas e ações maléficas. Em particular, eles fazem os seres humanos praticarem más ações, manifestarem seus mais ímpios desejos enterrados dentro de seus corações.
Por mais que precedam do Budismo japonês, os Amanojaku são frequentemente descritos nas imagens budistas como símbolos da maldade sendo derrotados pela justiça. Em particular, os Quatro Reis Celestiais são retratados pisando em cima dos demônios, esmagando-os. É dito que esses demônios esmagados são Amanojaku. A armadura do deus budista Bishamonten é decorada com feições demoníacas que dizem ser de Amanojaku.
Sua origem provém da Mitologia Antiga, é apenas o que se sabe. É aparente que tenham evoluído das divindades maléficas dos antigos mitos xintoístas: Amazonako, Amenosagume, e Amenowakahiko compartilham semelhanças compatíveis com a natureza dessa entidade, por isso acredita-se que sua lenda tenha surgido de um deles, ou até mesmo da junção dos três.
A história mais conhecida envolvendo um Amanojaku é a de Uriko hime. Nessa história, um casal de meia idade e sem filhos descobre uma bebezinha dentro de um melão. Eles a levaram para casa, a chamaram Uriko hime e a criaram como se fosse deles. Ela se tornou uma bela moça, e um dia, um rapaz pediu sua mão em casamento. Contentes, seus pais foram para fora da cidade a fim de comprar-lhe um dote e prepará-la para o casamento. Antes de saírem, eles a alertaram para que não abrissem a porta para ninguém, não importava quem fosse!
Pouco depois, Uriko hime ouviu batidas na porta da frente. E disse uma voz: "Uriko hime, por favor deixa-me entrar!". E ela recusou. A voz respondeu "Se não vai abrir a porta, ao menos abra uma fresta na janela...".
Relutante, Uriko hime abriu apenas uma fresta na janela. Assim que ela o fez, apareceu um longo dedo com uma unha grande e afiada pela fresta, e escancarou a janela. Era Amanojaku! Ele pulou em cima de Uriko hime, rasgando suas roupas. A moça lutou por sua vida, mordendo e chutando o demônio, mas ela não era forte o bastante. Amanojaku então rasgou sua garganta com seus dentes afiados com uma mordida, e ela acabou morrendo.
Amanojaku não parou por ali, ele arrancou a pele de Uriko hime e a vestiu, como se fosse uma traje, e também vestiu suas roupas, para fingir que era a jovem. Quando os pais de Uriko chegaram em casa, foram enganados pensando que sua filha ainda estava viva.
Finalmente chegou o dia do casamento. O casal levou Amanojaku disfarçado de Uriko hime até seu futuro marido, porém um corvo que estava em uma árvore os chamou, avisando-os de que sua filha não era o que parecia ser. Eles agarraram firme a noiva para que pudessem contê-la. Lavaram seu corpo até que sua pele descolou por completo, revelando Amanojaku.
O Amanojaku correu pela sua vida, mas o casal correu atrás dele. Mais e mais pessoas foram juntando-se a eles, até formarem um grande grupo de pessoas da vila. Quando finalmente o alcançaram, o espancaram com pedras, pedaços de madeira e vários tipos de ferramentas, até que virasse uma grande massa ensanguentada e morresse.



No anime Histórias de Fantasmas (em japonês: Gakkō no Kaidan, 学校の怪談), que inclusive passava no Cartoon Network há alguns anos atrás, tem como personagem um Amanojaku, que no começo do anime é aprisionado no corpo de um gato preto:



Amanojaku em sua forma original, no primeiro episódio do anime



Amanojaku em forma de gato: o típico gato babaca que é ao mesmo tempo amigo e inimigo



Fonte: http://yokai.com/amanojaku/

Iele - Mitologia Romena

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   Iele é uma espécie de fada da Mitologia Romena, frequentemente são descritas como ninfas com grandes habilidades mágicas, ou Zâne, que significa fada virgem em romeno, e possuem grande poder de sedução sobre os homens. Aparecem tipicamente como lindas mulheres nuas, com cabelos longos o bastante para cobrir seus seios, usando sinos em seus tornozelos e carregando velas. Dizem que vivem no céu, em florestas, cavernas e brejos durante o dia, e durante a noite podem ser vistas se banhando nas nascentes dos rios ou dançando em encruzilhadas, e andam sempre em grupo. Podem também aparecer como seres espirituais não materializados, parecidos com fantasmas. Os trechos nos quais as Ieles já dançaram, ficam secos e chamuscados, e nada mais cresce por lá, exceto grama, que nasce de cor vermelha ou verde escura, e cogumelos, que os animais não se atrevem a comer. Em algumas lendas é dito que foram enviadas para a Terra por Deus, ou pelo diabo, para punir as pessoas más.


   As Ieles não costumam ser malvadas, porém podem buscar vingança se forem provocadas. Podem ficar ofendidas se alguém as ver dançando, se pisar no chão onde elas dançaram, dormir embaixo de uma de suas árvores favoritas, ou beber água da nascente de seus rios. Podem também punir severamente quem recusar seu convite para dançar ou quem copia seus movimentos de dança. Suas formas de punição podem ser através de feitiços, ou de seu canto, pois quem ouvi-las cantar torna-se mudo para sempre. Podem também sequestrar pessoas enquanto dormem, a fim de dançar em volta delas até que desapareçam. Sua dança também tem o poder de deixar as pessoas num frenesi de loucura e tormento, até a morte. E sua voz também possui o poder de seduzir, assim como as sereias da Mitologia Grega.
   Acredita-se que algumas mortes misteriosas e desastres naturais podem ser causados pelas Ieles, caso seus dias de festa não sejam celebrados corretamente.
   Há algumas maneiras de se proteger das Ieles, o principal método é usar uma guirlanda de alho, ou artemísia, ao redor de alguma parte do corpo (mais frequente ao redor da cintura ou do tórax), pendurar um crânio de cavalo na frente de casa também pode funcionar, além de alguns rituais de exorcismo. E o método mais importante para se curar de alguma de suas maldições é a dança dos Călușari, membros das fraternidades secretas romenas.






       Fonte: http://yorickscall.blogspot.com.br/2010/01/in-romanian-mythology-iele-are-feminine.html
        http://they-hide-in-the-dark.tumblr.com/post/145675147815/iele-a-female-fairy-from-romanian-mythology
        http://www.rolandia.eu/iele-ladies-woods/

Kali - Mitologia Hindu

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    Kali, Kali Ma (काली मां) ou Kālikā (कालिका), nascida da testa da deusa Durga durante uma de suas batalhas contra as forças do mal, é uma das deusas mais conhecidas e adoradas do Panteão Hindu. Seu nome é derivado de uma palavra em Hindu que significa "tempo", e ao mesmo tempo "negro". No Hinduísmo é a manifestação da Mãe Divina, que representa o princípio feminino.
  Conhecida como "Mãe Negra", é a deusa da criação, preservação e destruição, porém ela só destrói para recriar, e com isso ela destrói o pecado, a ignorância e a decadência. Ela é comparada á luz eterna, é o transcendente poder do tempo, e a consorte do deus Shiva. Dizem que é Shiva quem destrói, e Kali é o poder e a energia na qual ele age.
   Tanto Shiva como Kali costumam habitar os locais de cremação, e seus devotos costumam ir até esses lugares para meditar, porém não é "adoração á morte", mas sim para reforçar a consciência de que a vida é passageira, e nossa estadia em nossos corpos não durará para sempre. Shiva e Kali habitam nesse lugares porque sabem que o apego ao próprio corpo é o que alimenta nosso ego, e ambos oferecem libertação a partir do momento que a ilusão do ego é destruída.
   Dizem que Kali aparece em sua forma monstruosa e temível para aqueles que são apegados a seu próprio ego, mas aparece em sua forma doce e bela para aqueles que possuem a alma madura, e se empenham em praticar sua espiritualidade para se livrar do próprio ego.
   Kali é representada tendo quatro braços; três olhos, que representam o passado, o presente, e o futuro; a pele negra ou azul escuro; olhos vermelhos; a língua protuberante para fora, que representa sua natureza onívora; usando uma guirlanda de 50 crânios, representando as 50 letras do alfabeto Sânscrito, que simboliza a sabedoria infinita; e uma saia de braços decepados, que representa o desapego com o próprio corpo e o apego com a espiritualidade. Traz consigo uma espada em uma mão, e em outra, uma cabeça de demônio recém-decepada pingando sangue, que segundo a história, representa a grande batalha na qual ela destruiu o demônio Raktabija. As outras duas mãos abençoam seus adoradores com um gesto de "não temam!". Um de seus pés fica pousado sob o peito de Shiva (que representa o fato de que sem ela, Shiva é inerte),  e o outro sob sua coxa (ou no chão, ás vezes).
   É uma das poucas deusas do Hinduísmo que pratica o celibato, a austeridade e renunciação. Seu aspecto negro simboliza sua vasta e transcendental natureza.



      Fonte:

       http://hinduism.about.com/od/hindugoddesses/a/makali.htm
       http://www.goddess.ws/kali.html
       http://www.dollsofindia.com/library/kali/
       http://www.themystica.com/mythical-folk/articles/kali_ma.html

Banshee - Folclore Celta

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   Banshee é um dos vários tipos de espíritos presentes no folclore Irlandês e Escocês, é um presságio de morte e um mensageiro do Além que aparece para lamentar, chorando e gemendo, debaixo das janelas das casas onde há alguém prestes a morrer. Lendas como essa confirmam a crença dos Celtas no Mundo dos Espíritos e na existência de seres espirituais, tanto de pessoas que morreram jovem, como a de seres inteiramente espirituais (que nunca foram humanos), como divindades e etc., que podem se comunicar com os seres viventes.
   O termo "Banshee" vem do gaélico irlandês Bean Sídhe ou Bean Sí, que significa "mulher fada". A versão gaélica escocesa é Bean Nighe, que significa "mulher lavadeira", e cuja lenda difere um pouco da Banshee irlandesa. Eu já até havia feito um post sobre a Bean Nighe, para lê-lo clique aqui!

   Às vezes Banshees aparecem como lavadeiras, lavando a roupa ou armadura manchada de sangue pertencente á pessoa que está prestes á morrer, e pode aparecer também como uma linda e jovem mulher com um leve brilho celestial. A característica mais distintiva de uma Banshee é o seu choro, que pode variar, pois cada Banshee tem o seu próprio. Pode ser um choro gemido e leve, ou um choro agudo e gritante. A maioria delas tem um choro alto e melancólico, que não chega a ser assustador, mas que entristece quem o ouvir. Porém o choro de todas as Banshees, independente de como forem, são presságios de morte.

   Uma Banshee pode aparecer de diversas formas:

  •  Dizem que a mais comum é a de uma velha senhora enrugada, com um longo cabelo branco despenteado, vestindo uma longa mortalha (robe mortuário). 
  • Pode aparece também como uma mulher jovem, muito pálida, com um longo cabelo vermelho, vestida de branco; 
  • Como uma velha senhora com um longo cabelo branco, olhos vermelhos, e com um vestido verde; 
  • Uma jovem e linda mulher, com longos cabelos prateados, vestindo um vestido cinza cintilante; 
  • Uma velha senhora com longos cabelos cinza, vestindo um vestido preto e um véu cobrindo o rosto;
  • E etc.

   Em fim, há uma longa lista de como uma Banshee pode se parecer. Já que há várias Banshees, e provavelmente uma para cada família, é compreensível que apareçam em diversas formas.

   Há uma lenda que diz que há um tipo de Banshee que surge do espírito de uma mulher jovem, que foi morta brutalmente e teve uma morte tão horrível que acabou presa nesse mundo, destinada a vagar sob a Terra. Seu destino é vigiar sua família e aqueles a quem ama, os avisando quando a morte de alguém está por vir.
   Esse tipo específico de Banshee descrito á cima, aparece como uma velha senhora, vestida em farrapos, com um sujo cabelo cinza, unhas compridas e dentes pontudos. Seus olhos são vermelhos e tão cheios de ódio e tristeza que olhar para eles causa morte instantânea. Sua boca fica constantemente aberta, emitindo um longo e doloroso grito que tortura a alma dos vivos


   Sobre a sua origem, o que se sabe, é que surgiu primeiro nas antigas lendas Gaélicas. Quando várias Banshees apareciam de uma vez, era para alertar sobre a morte de alguém importante socialmente ou religiosamente.
   Tradicionalmente, quando algum cidadão morria, era de costume que uma mulher cantasse para que fosse velado. A música, nesses tempos, era frequentemente associada á espíritos e fadas, que acreditava-se que habitavam ás florestas. Diz-se que geralmente uma fada costumava chorar a morte de alguém, e que seu choro alcançava longas distâncias, até ser ouvido pela família da pessoa.