Elfos: Suas Origens e Características

Author: Luiza / Marcadores: , , , ,

  
Arte por Brian Froud

Elfos têm sido durante muitos anos um tema bem popular entre obras de fantasia e ficção. Desde a obra “Um Sonho de uma Noite de Verão”, do dramaturgo William Shakespeare, até os clássicos romances de fantasia de J. R. R. Tolkien 300 anos depois.

  Assim como as fadas, os elfos são frequentemente caracterizados como pequenas criaturinhas metamórficas, conhecidas por pregar peças e fazer travessuras. Acredita-se que habitavam em reinos secretos nas florestas, nos campos, ou em troncos de árvore ocos.

  Em filmes e séries contemporâneas, os elfos são representados como belas criaturas sempre dispostas a ajudar as pessoas em tempos de necessidade. Porém, as características dos elfos segundo as lendas antigas mostram uma forma bem mais hostil em relação aos humanos. Frequentemente, os elfos ludibriavam os humanos levando-os à morte. 


  Os Elfos Arthurianos

  Nas lendas Arthurianas, o mago Merlin uma vez se apaixonou por uma elfa. Na verdade, ela usou seus encantos para seduzir Merlin e atraí-lo até uma floresta, para então prendê-lo e matá-lo. Foi uma questão de sorte que Merlin conseguiu se desvencilhar do encanto de sua beleza e escapar com vida.

Merlin e Nimue, 1893-1894, por Aubrey Beardsley

  Às vezes os conceitos de “fadas” e “elfos” são considerados os mesmos, porém por mais que ambas as criaturas tenham características semelhantes, o que os diferencia são os locais de origem de suas lendas. As lendas das fadas tem origem na mitologia Anglo-Saxã, tanto que há versões de histórias da Távola Redonda em que o próprio Rei Arthur é filho de uma fada. Segundo as crenças antigas, as fadas são associadas às flores, e suas asas lembram as de borboletas e libélulas. Já os elfos são associados às árvores, e têm origem na mitologia Nórdica.

  Segundo as histórias da Távola Redonda, acreditava-se que Arthur era metade fada, e Merlin era metade elfo. Elfos da era Medieval apresentavam algumas características das ninfas da mitologia Grega. A elfa do conto “Ojos Verdes” de 1861, do romancista espanhol Gustavo Adolfo Bécquer, lembra muito as ninfas d’água da mitologia Grega, por atrair um garoto humano até um lago e afogá-lo. 


   Os Elfos da Mitologia Nórdica

  As lendas mais antigas sobre elfos vêm da mitologia Nórdica, onde há os elfos da luz, e os elfos da escuridão. Elfos de luz eram estimados e apreciados pelo deus Odin. Algumas lendas dizem que a aparência dos elfos estava ligada às mudanças das estações da natureza. Elfos eram conhecidos por suas orelhas pontudas, que lhes garantia uma excelente audição. Eram em sua maioria imortais, mas poderiam morrer se sua árvore de carvalho fosse cortada. Elfos de luz, ou Ljosalfar, como os nórdicos costumavam chamá-los, eram divinamente belos e habitavam o belo mundo de Álfheimr, que faz parte da árvore Yggdrasil, conhecida como eixo do mundo.

  Elfos da escuridão, ou Dokkalfar, eram conhecidos por serem bem feios, e habitavam o mundo de Niflheim. Por mais que os elfos da escuridão fossem naturalmente maus, os elfos de luz também não eram especificamente amigáveis com os humanos, pois os consideravam criaturas inferiores. 

Älvalek, 1866, por August Malmström. 150 x 90cm. Óleo sobre tela.

   Atualmente, é comum ver na televisão e nos filmes natalinos elfos alegres e simpáticos ajudando o Papai Noel no Polo Norte, fabricando e levando brinquedos para crianças humanas. Por mais que essa imagem dos elfos seja predominante nos tempos de hoje, não podemos nos esquecer de que no passado os elfos eram conhecidos por amaldiçoar humanos, deixá-los loucos e sequestrar crianças. Essas coisas aconteciam especialmente quando algum humano se intrometia na vida dos elfos, perturbando-os. A vingança e a retaliação dos elfos era motivo de grande temor. 


Arte por Brian Froud



    Fonte:

 RORIC, Valda. Revealing the True Nature of Elves: Dangerous Beauties and Diabolical Fiends. Ancient Origins, 18 de dezembro de 2015. Disponível em: <https://www.ancient-origins.net/myths-legends/revealing-true-nature-elves-dangerous-beauties-and-diabolical-fiends-004978>. Acesso em 10 de julho de 2020.

 RADFORD, Benjamin. A History of Elves. Live Science, 1 de novembro de 2017. Disponível em <https://www.livescience.com/39689-history-of-elves.html>. Acesso em 10 de julho de 2020.

Hantu KumKum - Folclore Malaio

Author: Luiza / Marcadores: , , , , ,

      
Arte por Dian Permatasari

Hantu KumKum é um fantasma da Malásia, país do sudeste da Ásia, que tem aterrorizado o povo malaio por décadas, com sua insaciável sede de sangue de garotas jovens. Trata-se de uma velha senhora que veste um longo e esvoaçante jilbab* que esconde seu rosto horrendo, cheio de bolhas, feridas e cicatrizes. Ela vai de casa em casa batendo nas portas á procura de vítimas. “Hantu”, no idioma malaio, quer dizer “fantasma”; e por causa de suas deformidades faciais, não consegue pronunciar a saudação tradicional muçulmana “As-salam alaykum”, por isso quando tenta, só consegue dizer “kumkum”.

   Segundo a crença popular, a Hantu KumKum já foi uma jovem e bela mulher, porém nunca estava satisfeita com a própria aparência. Conforme foi envelhecendo, e sua beleza esvaindo-se, ela saiu á procura de uma maneira de restaurar sua juventude.

   Ela então consultou um bomoh, um tipo de “shaman” ou feiticeiro típico da Malásia, que lhe disse que através da magia negra e do ocultismo era possível dar-lhe a beleza eterna. Ele então deu-lhe uma poção para beber, e lhe disse para não olhar seu reflexo em um espelho por 30 dias.

   Apesar do aviso, a mulher ficou atormentada pela curiosidade. A cada vez que ela tocava o próprio rosto, sentia seu rosto mais macio e podia sentir suas rugas desaparecerem. Todo mundo que ela encontrava lhe dizia o quão bem ela aparentava. No 29º dia, a tentação tornou-se insuportável, e ela acabou quebrando a regra dando uma olhadela no canto de um espelho.

   O espelho então se quebrou, assim como o rosto da pobre mulher. Bolhas e feridas começaram a aparecer em sua pele, e seu rosto começou a mudar, se tornando terrivelmente deformada e horrível de se olhar.

   Em desespero, a mulher horrorizada voltou ao bomoh e implorou a ele que fizesse alguma coisa. Ele disse que não havia nada o que fazer por ela, e que a única maneira na qual o efeito poderia ser revertido, seria se ela bebesse o sangue de garotas jovens.

   Então assim começou a história da Hantu KumKum. Ninguém, nem mesmo a Hantu KumKum, sabe a quantidade de sangue necessária para restaurar sua aparência. Dizem que até os dias de hoje seu espírito continua vagando pela terra, atacando garotas para consumir seu sangue, na esperança de recuperar sua beleza.
   
 *Jilbab: vestimenta muçulmana longa e com capuz. Lembrando que a população malaia é predominantemente muçulmana, por isso lá é comum o uso de roupas tradicionais da religião.






    Fonte:

    Scary for Kids. Kumkum, 1 de novembro de 2015.Disponível em <https://www.scaryforkids.com/kumkum/>. Acesso em 8 de julho de 2020.

Ninki Nanka - Criptozoologia

Author: Luiza / Marcadores: , , , , , ,

  
Arte por Anne E. G. Nydam

De acordo com as histórias passadas de geração á geração, o Ninki Nanka é um monstro marinho que habita os pântanos dos países do Oeste da África, como Senegal e Gâmbia. De acordo com a lenda, o Ninki Nanka é um réptil gigante, de escamas que refletem a luz, com uma cabeça que lembra a de um cavalo com três chifres. Variações da lenda dizem que se parece com um dragão, e que tem a habilidade de cuspir fogo.

  As pessoas que infortunadamente encontram essa criatura, se não morrem pelo seu ataque, acabam morrendo inexplicavelmente semanas depois. São poucos os que vêem a criatura e sobrevivem pra contar a história.

  A história do Ninki Nanka se espalhou de tribo em tribo por várias regiões da África. Há uma canção chamada “Ninki Nanka” no álbum “Casamanse au clair de La Lune”, de 1984, do grupo musical senegalês chamado “Touré Kunda”. 

  No verão do ano de 2006, um grupo de pesquisadores ingleses do Centro de Zoologia Forteana (em inglés “Center for Fortean Zoology) foi para Gâmbia procurar pela criatura e recolher testemunhos de pessoas que afirmavam tê-lo visto. No final da expedição, o grupo não encontrou nenhuma prova concreta da existência do Ninki Nanka, porém levaram para a Inglaterra uma amostra de algo que acreditavam ser uma de suas escamas. Constataram que a “escama” não era um material biológico, podendo até mesmo ser apenas um pedaço de termoplástico celuloide, material no qual são feitos os rolos de filme.

  Apesar de não terem sucesso ao procurar pelo Ninki Nanka, os pesquisadores ingleses afirmaram que ainda não há certeza se a lenda tem bases na realidade, ou se é totalmente folclórica, já que mesmo não tendo encontrado provas da existência da criatura, também não encontraram provas concretas de que não exista.






    Fonte: 

   MAX, Wilson Ken. Creatures from African Mythology. The Illustrationist. Inglaterra, 4 de maio de 2013. Disponível em: <https://theillustrationist.com/2013/05/04/african-mythological-creatures-ninki-nanka-the-dragon/>. Acesso em 2 de julho de 2020.

   TORRE, Inez. Here be Monsters: The Search for Africa’s Mythical Beasts. CNN World. Estados Unidos, 19 de dezembro de 2014. Disponível em: <https://edition.cnn.com/2014/12/19/africa/gallery/monsters-of-africa/index.html>. Acesso em 2 de julho de 2020.

   Hunt for Gambia’s Mythical Dragon. BBC News. Inglaterra, 14 de julho de 2006. Disponível em: <http://news.bbc.co.uk/2/hi/africa/5180404.stm>. Acesso em 2 de julho de 2020.