Gigantes e Anões - Mitologia Nórdica

Author: Luiza / Marcadores: , , , , , , , , , , , , ,



  Antes mesmo que os homens surgissem na face da Terra, os gigantes e os anões já povoavam o mundo. Nascido dos gelos primitivos, o primeiro ser vivo foi chamado de Ymir. Ele deu orgiem a outros gigantes e depois a uma enorme vaca chamada Audumla. Um dia, com muito vagar e paciência, Audumla começou a lamber um bloco de gelo, e dele foi aos poucos surgindo Buri.
   Buri se casou com uma giganta, e dessa união nasceram os primeiros deuses: Odin, Vili e Vê.
   Nesse período, formaram-se altas montanhas a partir do corpo inerte de Ymir, e sobre elas os cabelos do gigante criaram raízes e viraram florestas. Depois os deuses fizeram os animais, as plantas e, com dois troncos de árvore, o primeiro homem e a primeira mulher. O mundo tomou forma - um mundo onde gigantes e deuses prosperaram separados. Infelizmente surgiu a discórdia entre esses dois povos. Depois de uma longa guerra, os deuses saíram vitoriosos, mas muitos grupos de gigantes se esconderam nos lugares mais inóspitos, para preparar sua vingança.
   Desde essa época, os dois povos passaram a se enfrentar num combate perpétuo, e o barulho de suas lutas intermináveis ressoava pelo mundo. No coração dos vulcões, os gigantes do fogo se agitavam em seu escuro reino subterrâneo e provocavam terremotos. Entrincheirados no País da Geada, os gigantes do frio enviavam tempestades de neve e rajadas de gelo. E, no fundo dos oceanos, os gigantes dos mares desencadeavam terríveis tormentas.
   Os deuses não confiavam nesses seres primitivos, violentos e perigosos. Por isso construíram Asgard, um local fortificado onde poderiam viver com toda a tranquilidade. Mas as relações não estavam totalmente rompidas, e alguns gigantes chegavam a se mostrar amáveis. Era o caso de Mimir, guardião da Fonte da Sbedoria, que se tornou amigo de Odin, e Aegir, gigante dos mares que acabou sendo considerado um deus.

Gigantes do fogo

Gigantes do gelo

Gigantes do mar: Aegir e suas filhas

   Homens e deuses sabiam que debaixo da terra viviam pequenos seres simpáticos, mas dos quais era muito difícil chegar perto: os anões. Apesar de discretos e temerosos, eles eram os senhores do fogo e da arte dos metais. Donos de todos os segredos da forja, zelosos de seu saber, tinham o poder de fabricar armas mágicas. Por isso, os deuses os protegiam e até os cortejavam.
   Seguindo receitas que só eles conheciam, os anões faziam jóias maravilhosas, como o colar da deusa Freya. Forjaram também uma lança mágica para Odin - uma arma indestrutível que nunca errava o alvo! Depois criaram uma espada de resistência excepcional. Chegaram mesmo a fabricar um navio coberto de ouro, o qual vencia sem nenhuma dificuldade as ondas, tempestades e ventos contrários e sempre chegava ao destino que Odin determinava - em outras palavras, o navio com que sonhavam todos os vikings, sacudidos pelas ondas e expostos a todos os perigos em suas embarcações de madeira...
   Ainda que às vezes pregassem peças, os anões eram incapazes de maldade e não agrediam ninguém. Não eram imortais, mas podiam viver muito tempo, pois para eles as luas duravam séculos. Talvez mesmo hoje, nas montanhas agrestes da Escandinávia, alguns ainda estejam vivos, guardando fabulosos tesouros. Os mineiros de lá garantem que de vez em quando os vêem de relance no fundo de galerias abandonadas. E dizem também que isso é sempre um excelente presságio!


Anões (arte por John Bauer)


   Fonte: livro Os Vikings: Mitos e Lendas, de Gilles Ragache e Marcel Laverdet, tradução por Ana Maria Machado.

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