Vainamöinen, o eterno cantor - Mitologia Finlandesa

Author: Luiza / Marcadores: , , , , , , , , ,



  Existiu, há muito tempo, uma moça feita do ar. Ela vivia nos céus, mas estava entediada e desejou descer para o mar. Quando ela pousou sobre o oceano, o vento aumentou e as ondas ficaram mais fortes. Então o vento e as ondas fizeram a moça-do-ar conceber uma criança em seu ventre. Passaram-se setecentos anos, e ela ainda ainda levava dentro de si o filho. Um dia surgiu por lá um pato, voando pelo céu e procurando lugar para fazer ninho. Ele pousou nos joelhos da moça-do-ar, que apareciam fora da água. Em seus joelhos construiu um ninho e pôs sete ovos: seis eram de ouro e um era de ferro. Os ovos chocaram, e a moça-do-ar sentiu que eles a estavam queimando feito fogo. Ela sacudiu os joelhos e os ovos caíram no mar, quebrando-se. Foi daqueles ovos que nasceram todas as coisas: a Terra, os céus, o Sol, a Lua e as nuvens.
  Passaram-se mais dez verões; a moça do ar fez surgirem as ilhas e os continentes; mas seu filho continuava sem nascer. Durante outros trinta verões, a criança, que era um menino, imaginava o que o aguardaria no mundo quando saísse do ventre de sua mãe. Seu nome, mesmo antes de nascer, era Vainamöinen. Afinal, ele pediu a ajuda do Sol e da Lua para ter mais forças, e conseguiu nascer. Após seu nascimento, sua mãe voltou a morar nos céus.
  Vainamöinen viveu no mar por oito anos, e somente depois disso alcançou a terra. Lá ele conheceu Pellervoinen, que era filho da terra árida. Pediu a ele que semeasse os campos com flores e árvores. Quando as árvores cresceram e começaram a formar as florestas, ele pegou seu machado e limpou o terreno, pois desejava semear a primeira plantação de cevada; mas deixou em pé uma árvore de bétula para que os pássaros tivessem onde descansar.


  Vainamöinen então pediu à Velha Subterrânea para que nutrisse as sementes, e ao Velho dos Céus para que as regasse. Assim as colheitas cresceram e Vainamöinen viveu naquelas terras férteis e se tornou conhecido como o Eterno Cantor, pois tocava muito bem o instrumento chamado kantele e cantava divinamente.
  Nunca houve outro cantor como ele!




Fonte: livro Volta ao Mundo em 80 Mitos, de Rosana Rios

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