Hutu era um rapaz muito hábil no manejo do dardo. Um dia, lançou seu dardo na aldeia e ele parou diante da casa de uma jovem nobre chamada Pare. A moça se interessou por ele e abriu sua porta, convidando-o a entrar. Mas Hutu, orgulhoso, recusou-se e foi embora. Sentindo-se muito humilhada, Pare mandou que os criados arrumassem toda a casa e saíssem; então, chorou muito e , quando não tinha mais lágrimas, enforcou-se. Morreu, e sua alma seguiu para as Moradas dos Mortos.
O povo local começou a murmurar contra Hutu, culpando-o pela morte da bela princesa. Ele teve remorsos e decidiu ir até as terras em que viviam os mortos para buscar a alma de Pare. Aprendeu as palavras rituais dos sacerdotes e pôs-se a caminho. Na estrada, encontrou Hine-Nui-Te-Po, a Grande Senhora da Noite, e pediu a ela que lhe ensinasse como chegar ao Mundo Subterrâneo. Mal-humorada, ensinou-lhe uma trilha, mas ele logo percebeu que ela o enganara: aquele era o caminho dos cães para o outro mundo. Hutu voltou e fez uma oferenda para obter da deusa o caminho certo, o dos homens: daria a ela sua clava preciosa, feita de uma pedra rara.
Hine-Nui-Te-Po gostou do presente e ensinou a Hutu o caminho verdadeiro do Mundo Subterrâneo; explicou que ele deveria ter muito cuidado com o vento que sopraria no buraco pelo qual deveria descer, e que não poderia comer nada naquele mundo, se não quisesse ficar preso para sempre. Deu a ele, para alimentar-se enquanto estivesse lá, um cesto com raízes de samambaia cozidas.
Hutu partiu pelo caminho ensinado pela Grande Senhora da Noite e encontrou o buraco que levava ao Mundo Subterrâneo. Desceu, tomando cuidado com os ventos, e, ao ver-se lá embaixo, começou a procurar pela alma de Pare. Os outros mortos, a quem ele fez perguntas, disseram que ela estava em uma aldeia, mas ninguém conseguia encontrá-la porque Pare ainda estava envergonhada pelo que acontecera, e escondera-se para que Hutu não a visse.
O rapaz pensou em atraí-la para fora da aldeia, e desafiou alguns guerreiros mortos para uma competição. Eles aceitaram, e fizeram concursos de arremesso de bola e dardo, que atraíram muita gente para assistir. Mas, mesmo assim, a nobre jovem não apareceu.
Hutu então criou um novo desafio: amarrou uma corda a uma alta árvore e, com ajuda dos mortos, vergou-a até a copa chegar ao chão. Subiu na copa com um rapaz em seus ombros e mandou que soltassem a corda. Hutu e o rapaz foram arremessados a uma grande distância; todos gostaram do novo jogo e aplaudiram muito. Fizeram grande algazarra, e finalmente o barulho atraiu Pare para fora de seu esconderijo.
Ela também quis participar da competição; Hutu subiu à copa da árvore de novo, pedindo a Pare que subisse em seus ombros. Quando a corda foi solta, Hutu e pare foram arremessados a uma distÇancia tão grande, que a corda se enroscou nas raízes próximas ao buraco para o undo lá em cima. Ele subiu pela corda, sempre levando Pare em seus ombros, e conseguiu trazê-la de volta ao Mundo da Luz. Então correu a unir sua alma com seu corpo, e a nobre moça reviveu.
Notas:
Os Maoris são o povo indígena da Nova Zelândia, eles são Polinésios e compreendem cerca de 14% da população do País. Maoritanga é o idioma nativo, que está relacionado ao Taitiano e o Havaiano. Acredita-se que os Maoris migraram da Polinésia em canoas por volta do século 9 ao século 13 dC.
Tangata Whenua ou em inglês "indigenous peolple of the land". O nome "Māori" originalmente significava "a população local", ou "o povo original".
Māori foi uma palavra que significava "local" ou "original" – em oposição aos recém chegados – colonizadores brancos Europeus – os "Pekeha". Com a chegada dos colonizadores Europeus, a palavra Māori gradualmente se tornou um adjetivo para o "povo Maori". Esra mudança ocorreu antes de 1815.
Tangata Whenua significa “o povo local”, “o povo local da terra”, “o povo local da terra ancestral”. Tangata significa “ser humano”, whenua significa “terra” ou “terra ancestral”.
Povo Maori
Guerreiros Maoris
Fonte: livro Volta ao Mundo em 80 Mitos; e o site http://www.estudenovazelandia.com.br/cultura/o-povo-maori-nativos-da-nova-zelandia/
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